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Aprenda a separar as despesas pessoais de gastos da empresa

É fundamental o empreendedor estabelecer a divisão entre como pessoa física e jurídica - ambas têm necessidades distintas

Fonte: Revista IncorporativaTags: empresariais

Lidar com dinheiro nem sempre é fácil, ainda mais quando se tem que administrar, ao mesmo tempo, as finanças pessoais e as da empresa. Por isso, não é raro encontrar empreendedores que relatam ter tido problemas ao misturar as contas particulares e as corporativas. Para Reinaldo Domingos, presidente do Instituto Dsop de Educação Financeira, "se engana quem pensa que educação financeira tem a ver com planilhas, matemática e cálculos. A base é a mudança comportamental, de hábitos e de consumo", aponta. 

Segundo o especialista, é fundamental o empreendedor estabelecer a divisão entre como pessoa física e jurídica - ambas têm necessidades distintas. "A linha que separa os gastos pessoais e os da empresa é tênue, mas pode significar a diferença entre o sucesso e o fracasso de um empreendimento", afirma Domingos. Em se tratando de pessoa jurídica, o foco está no negócio, nos fluxos de caixa, nas metas, na rentabilidade e nas vendas. Já a pessoa física - o indivíduo - privilegia a família, os sonhos, os desejos, a qualidade de vida e a prosperidade financeira. 

Confira as dicas do consultor para aprender a separar, de uma vez, as contas da empresa das pessoais. 

1) Diagnóstico financeiro

O primeiro passo é o empreendedor listar seus gastos com a empresa e as despesas pessoais. Nessa fase, as contas precisam ser separadas. Para isso, basta colocar todos os itens na "ponta do lápis". Uma vez feito o diagnóstico, ele não precisa ser repetido mensalmente. Na equação entram todos os gastos da empresa: contador, contas de telefone, água e luz, folha de pagamento e assim por diante. O objetivo é que, assim, ele tenha domínio sobre quanto, de fato, custa o seu negócio por mês. 

2) Adoção de itens corporativos

Planos de celular, internet e saúde geralmente custam menos quando feitos para a pessoa jurídica. Quem trabalha em esquema home office também precisa adotar um número de telefone fixo exclusivamente para uso profissional. Isso facilita a separação das contas. Outra dica é o automóvel: nas micro e pequenas empresas é comum que o carro usado na empresa seja também o particular. Então, o recomendado é que o empresário faça uma estimativa, em percentual, de quanto combustível e estacionamento ele gasta com a empresa e o quanto gasta para seu próprio uso. 

3. Pró-labore

Chama-se de pró-labore o ganho mensal que a empresa (pessoa jurídica) paga para os sócios (pessoa física) - retirada mensal que equivale a uma espécie de salário. É importante que o pró-labore seja definido pelo empreendedor respeitando os custos mensais do empreendimento. Segundo Domingos, não adianta o empresário determinar para si um valor ínfimo mensal, pois dificilmente ele conseguirá manter o seu padrão de vida com essa quantia e acabará incorrendo no erro de misturar as contas de pessoa física com as de pessoa jurídica. "O cálculo pró-labore deve ser realista. Também não cabe estipular um valor muito alto, que pode comprometer a rentabilidade da empresa. O empresário tem de entender que terá de adaptar a sua vida financeira conforme a realidade da empresa", explica o especialista. 

4. Estabelecer uma reserva mensal pessoal

O ideal é que o empreendedor reserve o equivalente a meio pró-labore por mês para usar como férias ou décimo terceiro. "Um cabeleireiro ou dentista que tire 20 dias de folga ficará, consequentemente, sem receber por esse período. Sem contar casos de urgência, como uma doença. Por isso a importância de manter uma reserva financeria para despesar pessoais", afirma Domingos. Para a aposentaria, o especialista recomenda que de 10% a 20% do pró-labore sejam guardados para esse fim. O dinheiro pode ser colocado em uma poupança simples ou investido em um plano de previdência privada. . Definir reserva mensal para a empresa

Pelo menos 10% do ganho mensal devem ser poupados com o objetivo de utilizar este valor como capital de giro ou para reinvestimento na empresa. A ideia é que o dinheiro poupado sirva para modernização e atualização da empresa. "Usar todo o dinheiro ganho no mês é um erro comum, que pode levar ao fracasso empresarial", garante Domingos.