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Saiba como escolher o sócio para não se arrepender depois

Ele pode estar na própria empresa, na sua rede de relacionamentos ou até mesmo em companhias concorrentes

Autor: Vanessa CorreiaFonte: Brasil EconômicoTags: emresariais

A decisão de ter ou não um sócio vai muito além da necessidade de uma injeção de recursos financeiros na empresa. A associação com um parceiro envolve dividir tarefas e responsabilidades. Você está preparado para isso? Sabe como escolhê-lo? Em meio a uma fase de crescimento abrupto de sua empresa atacadista de produtos eletroeletrônicos, Caio Torres, de 37 anos, viu-se levado a dividir as responsabilidades com um sócio. “Não conseguia dar conta de tudo e em vez de contratar um gerente, preferi buscar um sócio, alguém que me auxiliasse nesse trabalho e também que fosse totalmente comprometida com a empresa.” Além de delegação de tarefas, a escolha de um parceiro também permitiu a Torres que liderasse atividades antes esquecidas. E, desde que encontrou o sócio, há três anos, a receita da atacadista cresceu 300%. Esse é o principal benefício de ter um sócio. “Muitas vezes a companhia tem potencial de crescimento, mas o empresário, sozinho, não consegue coordenar isso. Esse cenário é agravado quando envolve a expansão a outras regiões ou o desenvolvimento de projetos”, acredita Sérgio Lucchesi Filho, sócio-diretor da Moore Stephens Auditores e Consultores. Também é importante, segundo o especialista, explicar ao candidato a sócio os motivos pelos quais ele está sendo convidado a participar da sociedade. “Se a necessidade for por alguém especializado em vendas, o futuro sócio precisa ter uma boa rede de relacionamento. Isso irá aflorar o espírito de equipe dentro da empresa.”

Outro ponto relevante é estabelecer previamente a participação do novo sócio no capital social e na administração da empresa. “Suas funções devem ser discutidas, esclarecidas e entendidas, pelas partes, no inicio do processo. As atribuições e responsabilidades devem ser claras para evitar conflitos ou sobreposição de funções”, diz Lucchesi Filho. “Defina claramente as metas a serem atingidas no curto, médio e longo prazo. Esse tipo de definição irá acompanha-los na sociedade Ninguém pode cobrar algo que não tenha sido combinado”, acrescenta. A forma de remuneração segue a mesma linha. “As remunerações dos sócios devem ser estipuladas considerando a situação financeira e os resultados da empresa e não as necessidades pessoais de cada um. Não se esqueça de abordar remunerações indiretas, como despesas com combustível, por exemplo. Quando estas existirem, fixar limites e determinar regras de uso e consumo são boas alternativas para evitar gastos excessivos e possíveis conflitos”, pondera o sócio-diretor da Moore Stephens. José Roberto Marques, presidente do Instituto Brasileiro de Coaching (IBC), completa que os perfis dos profissionais precisam se complementar. “Avalie quais características e habilidades lhe faltam e busque um sócio que as tenha.”

Colhendo frutos

Os melhores frutos só serão colhidos se a escolha do parceiro for bem feita. O mais comum, de acordo com Carlos Eduardo Altona, sócio da consultoria em recursos humanos Exec, é procurá-lo dentro da própria companhia, uma vez que as afinidades profissionais e pessoais já foram identificadas. O segundo caminho mais acessado na busca por um sócio é a rede de relacionamento pessoal. Neste caso, ainda que sejam amigos, é fundamental garantir que haja alinhamento de pensamento profissional. E a terceira alternativa é buscar candidatos em empresas concorrentes, lembra Altona. “O que também é válido já que esse profissional trará outra visão do mercado em que atua.” Este terceiro caminho, menos usual, foi o preferido por Torres. “Meu sócio, Marcelo Maia, também atuava em uma atacadista de eletroeletrônicos. Como já conhecia seu trabalho e tínhamos afinidades, o convidei para ser meu sócio.” O empresário não se arrepende da decisão, mas acha que, para o atual porte da empresa, dois sócios são suficientes. “Acredito que mais um sócio atrapalharia o andamento dos nossos negócios. Teríamos divergência de opiniões e isso atrapalharia o andamento dos negócios”, diz Torres.