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Dólar sobe ao maior nível em quase dois meses, cotado a R$ 3,16

Divisa reage ao cenário externo desfavorável, em meio a expectativa de que a taxa de juros dos EUA subia ainda neste ano

O dólar fechou em alta ante o real nesta quinta-feira, reagindo ao cenário externo desfavorável, em meio a persistentes expectativas de que os juros dos Estados Unidos começarão a subir ainda neste ano e preocupações com os problemas envolvendo a dívida da Grécia.

A moeda norte-americana subiu 0,59%, cotado a R4 3,163 na venda, renovando a máxima de fechamento desde 1º de abril, quando atingiu R$ 3,172. 

A divisa dos EUA tem avançado em relação às principais moedas nas últimas sessões, à medida que investidores se preparam para o eventual início do aperto monetário na maior economia do mundo, o que pode diminuir a atratividade de investimentos em outros mercados.

"Parece que está havendo uma mudança global de patamar do dólar por causa da normalização da política monetária dos EUA. O mercado começa a achar que isso não é temporário", disse o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno.

O banco BNP Paribas estimou que a tendência de alta do dólar tem potencial de levar o real a cair mais 18% em relação à moeda norte-americana até 2017.

Preocupações com os problemas envolvendo a dívida da Grécia também têm pesado, em meio a temores sobre um default e a possibilidade de o país deixar a zona do euro. A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, afirmou a um jornal alemão que a saída da Grécia da zona do euro é possível.

No Brasil, investidores têm adotado uma postura defensiva em meio a atritos entre o Planalto e o Congresso, mesmo após a aprovação de três medidas provisórias que integram o ajuste fiscal.

"O governo ainda tem longo caminho para percorrer. As dificuldades políticas são importante sinal para empresários voltarem a investir em nossa economia e os sinais ainda são desanimadores nesse campo", escreveram analistas da corretora Lerosa Investimentos em relatório.