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Novo mercado, novas profissões

Grafólogo, personal organizer e sommelier de cerveja são algumas profissões que ganham espaço

O dinamismo do mercado de trabalho tem resultado no surgimento de profissões novas ou ainda pouco conhecidas do grande público.

Exemplo está na área de Grafologia, ciência que usa a escrita para identificar características de pessoas que desejam entender melhor o outro ou a si próprio. 

De acordo com a grafóloga e professora de Grafologia Letícia Radaic, tem havido uma demanda por grafólogos por parte das empresas de Recursos Humanos, principalmente multinacionais. “Por meio da escrita, é possível saber se o candidato é comprometido, verdadeiro. Essa compreensão do outro é fundamental em um processo seletivo”, afirma. 

E a Grafologia avança a passos firmes, tendo suas técnicas aplicadas em outras áreas como Psicologia, Medicina e Perícia. “Além das técnicas aprendidas por meio de cursos específicos, o profissional precisa ter um forte perfil analítico e gostar de se relacionar para traçar as características de terceiros”, diz Letícia.

Se a análise criteriosa define bem o papel de quem trabalha na Grafologia, manter a ordem é palavra-chave para o personal organizer, profissional que organiza ambientes em residências e empresas, a fim de eliminar o estresse diário que aparece quando não conseguimos encontrar objetos ou documentos tão importantes. “Por meio desta organização, trazemos qualidade de vida na casa ou no trabalho”, defende Juliana Faria, atuante há seis anos na área.

A formação em Design de Interiores foi essencial para que Juliana apostasse na profissão. E a partir de uma considerável demanda, ela sentiu a necessidade de montar uma equipe. A partir disto, criou a Yru Organizer para ministrar cursos a pessoas interessadas em ingressar na área. 

Para exercer a função, Juliana ressalta a importância de transmitir segurança e confiabilidade. “É preciso assumir uma postura discreta, falar menos e ouvir mais e opinar a partir da abertura dada pelo próprio cliente.”

Mudança de ares

Quem também mudou de ares é Tarsis Patini, sommelier de cervejas na Cervejaria Premium Paulista, em Santo André. A denominação bastante comum para apreciadores de vinho passou a ser utilizada também para definir os especialistas em cervejas artesanais. 

Ele exerce a função desde setembro de 2014. Ex-oficial do Exército, decidiu por outra carreira quando entrou na faculdade. “Sabia apenas que queria trabalhar com cerveja e comecei a procurar cursos nessa área. “Apesar de ser uma profissão nova, muitas empresas do ramo estão entendendo a necessidade de ter um profissional como um sommelier de cervejas em seu estabelecimento.”

Para quem imagina tratar-se de uma profissão suave, vale ressaltar as muitas atribuições do profissional, entre elas a elaboração de cartas de cerveja para o estabelecimento; harmonização de cervejas com a gastronomia de restaurantes; maior conhecimento sobre os diversos estilos de cerveja; promoção de eventos de degustação e harmonização de cervejas.

No dia a dia, é necessário ainda estar atento aos novos lançamentos de cervejas no mercado, saber identificar possíveis defeitos na bebida e o essencial. “Ter muitas horas de degustação para poder desenvolver o trabalho de maneira concisa”, diz Patini. 

De olho na evolução deste mercado, que cresce 25% ao ano, Estácio Rodrigues contatou os amigos Alfredo Ferreira e Kathia Zanatta e, entre uma experiência e outra, eles criaram o Instituto da Cerveja, em 2012. Três anos e meio depois, já são mais de 1.000 sommeliers de cerveja formados em quatro estados do Brasil. “O profissional pode atuar em bares, restaurantes, importadoras ou mesmo prestar consultoria sobre o tema”, exemplifica. 

E a tendência é positiva para quem quer apostar nesse nicho. “A cerveja é parte da cultura brasileira. O público começou a descobrir outros aromas e sabores, o que explica o boom de cervejarias artesanais no país”, finaliza Rodrigues.