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5 passos para sobreviver à crise em 2016

Cenário econômico desanimador não precisa causar desespero, mas requer mais planejamento, aponta especialista

O próximo ano promete ser difícil, segundo estimativas econômicas relacionadas à renda, emprego, inflação, juros. Isso é reflexo tanto do mercado interno, pela recessão doméstica e alta da inadimplência da população, como do externo, no qual as grandes economias já se mostram recessivas há tempos. Dentro deste contexto Reinaldo Domingos, presidente da Associação Brasileira de Educação Financeira (Abefin), elaborou uma sequência de passos para o cidadão comum defender as finanças pessoais.

Na avaliação do especialista, "o macro com certeza vai refletir no micro, isso é, nas contas e investimentos das famílias". Domingos avalia, contudo, que não há motivos para desespero, mesmo que o cenário seja desanimador. Ele ressalta: é hora de planejamentos e adequação.

Livre-se das dívidas – Em momentos de crise os credores costumam oferecer as melhores condições para negociações. Para quitar os débitos, a orientação é que o primeiro passo seja o de resolver o problema que levou ao endividamento, isto é, a causa. "Adequar seu padrão de vida a sua realidade é muito difícil, mas é fundamental observar que não pode viver em uma realidade que não é sua."

Corte gastos para ganhar fôlego para assumir o compromisso de pagar as dívidas. "Se não se livrar desse problema de forma emergencial, pode ter certeza que a alta dos juros prejudicará a sua saúde financeira no futuro", alerta Domingos.

Faça uma faxina financeira – 25% dos nossos gastos são com supérfluos, segundo o educador financeiro. "É preciso fazer um diagnóstico de sua vida financeira por 30 dias, anotando tudo o que gasta por tipo de despesa, até mesmo cafezinhos e gorjetas. Assim, verá uma realidade muito diferente do que imagina."

Chegou a hora de sonhar – Defina objetivos materiais, pois eles é que farão com que se tenha foco para evitar o descontrole ou mesmo o desespero. "Reúna a família e converse sobre o tema, dividindo os sonhos em três tipos: curto (até um ano), médio (até dez anos) e longo (acima de dez anos) prazos, definindo também quanto custam e quanto poderão poupar por mês para realizá-los", detalha o educador financeiro.

Mude o formato de seu orçamento – Domingos alerta que um erro comum é pensar que orçamento financeiro familiar consiste em registrar o que se ganha e subtrair o que se gasta e, caso sobre dinheiro, será lucro, se faltar, prejuízo.

"A forma correta, no entanto, consiste em, primeiramente, elaborar o registro de todas as receitas mensais, posteriormente, separar os valores pré-definidos para os projetos da família e, somente com o restante, adequar os gastos da família. Isso forçará um ajuste do padrão de vida familiar para conquistas financeiras."

Aprenda a investir – A alta de juros pode trazer bons ganhos, segundo o especialista. "O grande erro que observo é a ideia de poupar sem motivo e buscar sempre o melhor rendimento. No mercado financeiro, existem diversas opções de aplicação em ativos financeiros com riscos diferentes." A orientação de Domingos é procurar variar o investimento de acordo com o tempo que utilizará o dinheiro.

"De forma geral, o risco de uma aplicação financeira é diretamente proporcional à rentabilidade desejada pelo empreendedor, ou seja, quanto maior o retorno estimado pelo tipo de aplicação escolhida, maior será o risco, por isso, é preciso cautela."