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Como a tecnologia pode transformar a gestão das pequenas e médias empresas

Inteligência artificial, machine learning e robotização de processos trazem agilidade e ajudam a driblar a burocracia

Que atire a primeira pedra o empreendedor que nunca enfrentou burocracia tributária, dificuldades de acesso ao crédito ou até mesmo falta de tempo para se qualificar como gestor. Se esse é o seu caso, prepare-se para dar adeus às velhas dores de cabeça.

“As novas tecnologias têm poder de derrubar as barreiras que impediam o crescimento das pequenas e médias empresas e dar vazão a um potencial, até então, represado”, afirma Marcelo Lombardo, CEO da Omie. No dia 8 de agosto em São Paulo, ele sobe ao palco do We Are Omie – organizado pela própria fintech – para fazer a palestra magna intitulada ‘O que vem por aí – segredos revelados’.

Cada vez mais amigáveis e acessíveis no preço, as tecnologias baseadas em robotização de processos, inteligência artificial e machine learning prometem aumentar a eficiência na gestão, reduzir custos e acelerar a produtividade. “Em se tratando do país mais inóspito à atividade empreendedora no mundo, dá para imaginar a dimensão que isso ganha”, diz Lombardo.

Como exemplo, ele cita as mais de mil horas que as empresas perdem em média por ano só para prestar conta de tributos. Para se ver livre de cenários como esse, confira a seguir como as novas tecnologias podem transformar o dia a dia do seu negócio.

• Menos burocracia, mais assertividade
Recursos de inteligência artificial e machine learning já são capazes de interpretar cenários fiscais – à luz das leis federal, estaduais e municipais – e indicar o jeito certo de se tributar cada transação. “Com isso, o empreendedor economiza tempo e reduz o risco de pagar imposto errado, se expor a multas e autuações e ainda ser penalizado por uma eventual fiscalização do comprador”, afirma o CEO da Omie.

• Estoque em dia
Graças à robotização de processos, é possível organizar todo o estoque sem qualquer intervenção humana. “Basta ter o certificado digital da empresa para conectar-se à Secretaria da Fazenda, capturar todas as notas emitidas contra o seu CNPJ, registrar automaticamente os respectivos itens – mesmo aqueles que, porventura, ainda não estivejam cadastrados no sistema – e, por fim, gerar a ordem de pagamento aos fornecedores”, diz Lombardo.

• Facilidade para abrir conta
As fintechs vêm destravando o caminho rumo aos serviços financeiros. “Mais que uma evolução tecnológica, o avanço é fruto da abertura do Banco Central em favor da entrada de novos empreendimentos – não necessariamente bancos – para prover serviços financeiros”, afirma Lombardo.

Com a nova regulamentação – chamada open banking –, já dá para abrir uma conta corrente ou conta de pagamento sem sequer ver o gerente face a face. Todo o trâmite de submissão de documentos e análise é feito online – sem papelada ou necessidade de que haja uma agência na cidade onde a conta será aberta. “Isso não só tende a enxugar o tempo que se leva para criar uma conta como incentiva a competitividade e a oferta de taxas mais atrativas para o empreendedor.”

• Agilidade para obter crédito
A robotização de processos acelera a análise de crédito e ainda oferece mais elementos para determinar a taxa de risco da empresa. “Para isso, leva em conta os rastros que ela deixa na web – como informações que tenha fornecido previamente e dados armazenados por empreendimentos onde faz compras, bureaus de crédito e sites do governo”, diz Lombardo.

Nestes últimos, dá para identificar se a empresa está ativa, se tem movimentação fiscal, quantos funcionários possui, situação cadastral, inscrição na dívida ativa, entre outros. “No caso de empresas nascentes, também são analisados ativos que podem servir como garantias de crédito – por exemplo, veículos, imóveis e até recebíveis”, afirma o CEO da Omie. Estes últimos só são válidos se o comprador tiver solidez comprovada no mercado.

• Treinamento à distância
Para quem não tem tempo para se qualificar, a EaD (Educação à Distância) pode ser uma mão na roda. “As plataformas oferecem treinamentos completos, acessíveis – alguns até de graça – e que culminam com uma avaliação e entrega de certificado”, diz Lombardo.

Ele também comenta que certos programas de formação são patrocinados por fornecedores de tecnologia. “É o caso, por exemplo, de uma agência de marketing digital que oferece uma capacitação de engajamento em redes socais e, no final, sugere a sua própria ferramenta de impulsionamento de posts.”

• Aprendizado na prática
Hoje em dia, a maioria dos softwares de gestão dispensam treinamentos. “São intuitivos e carregam em si o aprendizado do processo que se pretender implantar”, afirma Lombardo. Segundo ele, por trás de toda essa inteligência, está um modelo operacional previamente estudado e baseado nas melhores práticas de mercado.

“Sob essa ótica, o empreendedor tem diante de si a oportunidade de aprender coisas novas – e promover melhorias – a partir da adoção e implementação do passo a passo que a ferramenta sugere.”